26/01/2017

Livros Nacionais x Livros Gringos



[Antes de começar, queremos dizer: Isso não é uma COMPARAÇÃO. Agora que temos sua atenção... ]

Olá people!!!

Sejam bem-vindos a esse post sem coluna específica, porém de extrema importância.

Como assim, sem coluna? Livros Nacionais x Livros Gringos? What is going on?
Calma, a gente explica!

Esse post não será sobre resenhas ou qualquer outra das colunas que publicamos aqui no blog. 
Na verdade, trouxemos uma "discussão" que acontece muito no cenário nacional literário, em principal, vindo de blogueiros, vlogueiros e leitores que têm contado com os autores, e que deve ser aberta para discutirmos realmente.

Mas o que é isso? Simples, comparações entre livros nacionais com livros gringos.
Não podemos negar que a literatura nacional cresceu muito, de 2012 para cá... no entanto, ainda é "nova" - o que não quer dizer que as ideias de livros lançados hoje sejam também novas.


Em dezembro, dia 21, para ser mais exata, nós aqui da equipe participamos - apoiando a autora - de um post no facebook da Tatiane Durães. Era um desabafo sobre críticas negativas e comparações, também negativas, entre a história dela com outros livros que envolviam elementos parecidos. Tudo bem, existem críticas e opiniões positivas e negativas. Porém essas em especifico também menosprezavam e diminuíam o valor do trabalho dela. 

Isso nos fez pensar até que ponto a literatura nacional vai ser empurrada para a sombra de literatura gringa?

Não há problema algum fazer comparações! Estaríamos sendo hipócritas se disséssemos o contrário, nós aqui do blog fizemos comparações entre ambas literaturas, mas sempre com o pensamento "Cara, foi um(a) autor(a) quem escreveu isso! Que máximo!"
E não foi isso que aconteceu com a Tatiane. Não podemos nem imaginar como isso a afetou, mas também não podemos simplesmente ignorar esse tipo de agressão.

Temos a coluna das quartas-feiras, Produto Nacional, voltada única e exclusivamente para autores(as) nacionais e suas obras, então ficamos chateadas, de verdade, com um desserviço dessa magnitude. São palavras, o que não quer dizer que serão menos nocivas para o autor.

Ah, mas então temos que "engolir" autores nacionais só pra não magoá-los?
Não. É seu direito de escolha o que vai ler. No entanto, esse direito acaba no momento em que você parte para a agressão.

Sabemos que existe muito preconceito com a literatura nacional, não há como esconder isso. Porém, o cenário se modificou drasticamente - de uma maneira muito positiva, com editoras apostando mais em nosso produto e assim, novos autores surgindo cada vez mais - então devemos acompanhar esse processo lado-a-lado e entender que alguns pensamentos sobre a nossa literatura são arcaicos (e muito cheios de conceitos sem conhecimento) para os tempos modernos.

Desculpe informá-los, mas não existe um livro inteiramente original, sempre haverá elementos ao qual será remetido a algum outros livro ou história. Ou simplesmente influências. Todo grande autor foi influenciado por outro grande autor (ou até mesmo, por lendas e mitos)

Isso não é, de maneira alguma, plágio! E muito menos falta de criatividade!
Se pensarmos dessa maneira, Tolkien seria o cara que estaria no topo. Ou você pensou que tudo surgiu, inteiramente, da mente brilhante dele?
Leia O Senhor dos Anéis e depois estude um pouco sobre mitologia nórdica.
Ah, mas ele criou uma língua e vários dialetos! Sim, por isso ele era alguém com uma mente brilhante, pois era um manipulador - no bom sentido.

Para os mais aficionados com Harry Potter (e que acham que todo livro com bruxos é uma cópia desta obra), J.K.Rolling não criou tudo da sua própria cabeça.
Leia Os Livros da Magia, do Neil Gaiman.

Ou então, para as leitoras que gamam no Edward Cullen ou no Stefan Salvatore, apaixonadas por esse lado mais "humano" do vampiro... Louis de Pointe du Lac, de Entrevista com o Vampiro é um bom personagem para se conhecer.
Mas também não foi o primeiro vampiro a demonstrar essa "humanidade". Barnabas Collins está aí desde 1966!

E assim, existem inúmeros outros livros que podem ser comparados, mas não são. Por que? Porquê a maioria deles são gringos! E nesse caso, é só uma vertente influenciada. 

No entanto, se um autor nacional lança seu primeiro livro, com bruxos ou elfos... Noossaaa, está copiando a Rolling ou o Tolkien!
Sim, talvez ele tenha influência desses autores. Todos os autores trazem influências de suas leituras, daquilo que mais lhe toca na hora de escrever e que acaba tendo um eco numa leitura feita antes. E pense, todos somos assim em algum momento da vida: repetimos de forma modificada e melhorada até hoje vários hábitos dos nossos ancestrais. Mas isso não nós faz plágios deles, apenas orientados por eles. 

Então, antes de apontar e dizer que a história é igual/parecida com Harry Potter ou O Senhor dos Anéis, pare e pense que foi um autor nacional quem criou aquele universo, que dedicou tempo e esforço nessa historia, alguém com quem você pode trocar ideias, conversar e interagir numa média absurda e que nunca vai chegar nem perto do contato com um autor gringo.

Faça comparações! Dê sua opinião sobre a história, as personagens, ou o universo que os envolve. 
Não há problemas nisso.
O erro está em achar que literatura gringa é melhor - quando é apenas superestimada por mitos criados entre os leitores - e que o cenário nacional é apenas uma cópia. 
Não trate com desleixo um livro nacional só por ter elementos que você viu em um livro estrangeiro!

Entendemos perfeitamente que alguns autores são consagrados pelo universo que criaram e que muitos outros autores, que vieram depois, tenham se influenciado naquilo. Isso nada mais é uma do que uma "procura".
Se o momento é para elfos, você verá editoras apostando alto em histórias que os envolvam. Se o momento é para os bruxos, o mesmo vai acontecer. 
É como colocamos lá no começo, o livro pode ter sido lançado esse ano, mas nós, leitores, não sabemos a quanto tempo aquela história já foi escrita.

Se tem uma coisa que nós admiramos muito aqui no blog, são os "autores manipuladores". Eles conseguem pegar algo bem batido - aquele clichê que sempre tem -  e manipular de maneira à criar uma história sem igual.
Isso é a criatividade e originalidade! Fazer com que as coisas que já conhecemos possam nos surpreender.

Então, se você gosta de elfos, fique contente por tantos autores usarem tais criaturas em suas histórias, pois é esse apoio que vai fazer surgir mais livros que possam te agradar!

Ah, mas e se eu não curti a história? Okay, é a coisa mais natural! Talvez aquele não fosse o seu momento... Mas expresse esse sentimento de maneira que não vá degradar a história ou o autor. Mostre o porque não gostou com clareza, apontando de forma crítica, respeitosa e sem preconceitos os aspectos do livro.

Esse é o grande ponto! Fazer críticas construtivas, mesmo que não tenha gostado... Ou então, apenas não "fale", não deprecie, não acabe com o trabalho e o esforço de alguém. Pense, estamos sempre em processo de melhoria, melhore você também!

E de uma chance para nossos Produtos Nacionais 


Carinhosamente,
Equipe EL&E

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